
Caro G. Singer
Você me escreve dizendo que está confuso, como se estivesse entre tribos e tribunais, em dúvida se deve seguir a faculdade de engenharia ou montar uma banda de rock.
Meu amigo, nós somos quem podemos ser, por isso vou tentar explicar para você o que aprendi vendo filmes de guerra e canções de amor que passavam quando eu era um estrangeiro, passageiro de um algum trem, acho que no Havaí. Você perceberá que a lição parece um refrão bolero, mas não é novidade, pois essa história se repete embora a força deixe a história mal contada.
Ouça o então o que eu digo: não ouça ninguém. Isso é importante, pois todos são iguais, mas uns mais iguais que os outros. Mesmo que você corra o risco de ser vítima do pop, que não poupa ninguém, essa lição é fundamental para quem está longe demais das capitais ou nas grandes cidades de um país tão surreal. Esse aprendizado permitirá seguir numa infinita highway a cento e dez, cento e vinte, cento e sessenta, só pra ver até quando o motor aguenta, e fazendo isso você poderá encontrar com qualquer um, já que todo mundo é uma ilha a milhas de qualquer lugar.
Eu sei que essas palavras parecem uma sopa de letrinhas, entretanto, como parabólicas e paralelas que se cruzam em Belém do Pará, basta um pouco de atenção para sanar as dúvidas e obter alívio imediato.
Se você é um garoto que como eu amava os Beatles e os Rollings Stones, siga seus instintos mais sacanas e assim você não vai andar só, como só eu sei andar. Mas faça isso com segurança, senão você dança.
Bom, é isso. Pra ser sincero, prazer em vê-lo, até mais.
Seu vidente, El Gigio.